Uma nova dimensão na gestão de portfólios através da Plataforma 3DEXPERIENCE

Senhores,

Henry Ford tinha uma frase muito marcante na época das suas primeiras linhas de produção de carros:

O cliente pode escolher qualquer cor para o carro, desde que ele seja preto.

Porém essa regra não é mais válida para os tempos atuais, onde o cliente tem um papel fundamental na concepção do produto. Quase tudo o que consumimos pode ser configurável conforme a nossa, vontade, como um celular, computador, carro e até mesmo o hambúrguer que comemos nos nossos restaurantes preferidos. Esse último é estranho, né? Mas pensem na seguinte frase:

Garçom, eu quero o hambúrguer X, sem tomate e sem cebola.

Isso se trata de configurar um produto de linha, conforme a nossa necessidade.

Daí vem a pergunta que todos devem estar se fazendo após essa introdução, como a Plataforma 3DEXPERIENCE pode me auxiliar no desenvolvimento de produtos configurados e a gerir o meu portfólio de produtos?

Cenário padrão

Vocês já devem ter passado pelos posts anteriores, onde escrevemos sobre listas com a Plataforma 3DEXPERIENCE, mas eu vou dar uma mão colocando o link aqui abaixo:

No cenário padrão, ao termos uma variação de projetos, cada alternativa de produto vira uma nova lista de materiais, como por exemplo um carro e suas versões normais e com dispositivos eletrônicos, vide a imagem abaixo esquematizando isso.

Em ambos os carros seriam carros do portfólio de produtos entregues aos clientes, com essas listas necessitamos ter as estruturas de produtos preparadas para a fabricação dos componentes a qualquer momento. Agora imaginem um carro com 15 variações, não mais duas e um componente comum a todas elas foi alterado. Com isso teríamos que ir em todas elas e gerir as atualizações.

Através de um produto configurado, o panorama muda, passamos a contar com um método de uma super lista, onde todas as variações possíveis são encaixadas em uma lista com sobreposições.

Com filtros apropriadamente configurados, geramos listas de produtos resolvidos, podendo ter infinitas variações a partir de uma única lista.

Vamos ter que dar um passo para trás com a finalidade de entender quem cria essas listas e o fluxo de desenvolvimento de produto propriamente dito, com isso entenderemos o cenário atual nas empresas.

Fluxo de produto e a criação do produto configurável

Primeiramente, teremos que entender que uma lista de materiais configuráveis, eu vou nominá-la como CBOM, sendo o um anagrama para Configured Bill of Materials, do bom e velho português lista de materiais configurada. Somado a isso, poderemos ter mais nomes para ela:

Lista 150%
Super Lista
Lista Mestre
ZBOM

Todas elas partem do mesmo princípio inclusive no nome, elas têm mais componentes que o necessário para fabricar um único produto.

Mas como ela se encaixa no fluxo de desenvolvimento de produto?

O pessoal de engenharia e processos normalmente atuam criando as EBOM’s e as MBOM’s com os itens excedentes, assim como as regras de seleção e a equipe de vendas pode vir a criar as configurações conforme as necessidades de seus clientes. Em alguns casos a engenharia de produto também cria as suas configurações principais, conforme as suas visões de mercado.

Porém temos que entender algumas coisas, a CBOM é muito parecida com a EBOM (Engineering BOM), porém ela só tem dados de variabilidade, como por exemplo o que fica e o que sai de acordo com um filtro que vier a ser aplicado na criação de uma configuração.

Porém ela tem mais dados, podendo ser montada para que a mesma lista registre todas as variações de produto ao mesmo tempo. Por exemplo, eu listo a revisão 1 e a 2 do mesmo produto em uma lista configurada, sendo o filtro aplicado por determinar em qual revisão eu estarei atuando.

Uma lista configurada através da Plataforma 3DEXPERIENCE contém mais dados que os configuradores de produtos usuais de mercado. Normalmente eles filtram apenas a lista, sem gerar a representação de produto em 3D a ser montado, causando um potencial problema de averiguação e validação de produto.

Abaixo o exemplo da CBOM, sem a aplicação de filtros e sua representação 3D com peças sobrepostas.

Indo para processos

A pergunta que vem depois da criação de uma CBOM é como ficam os processos e a MBOM. Bem, posso falar que existe a possibilidade de configurarmos ela, assim como uma eventual roteirização.

Com isso, após aplicarmos o filtro na estrutura de engenharia, replicamos o mesmo ao processo de manufatura e montagem. De forma esquemática a representação está abaixo

Conclusão

Um CAD como o SolidWorks possui a solução de criação de configurações, porém ele possui uma série de limitantes para uma aplicação moderna em ambiente produtivo. Imaginem que caso alguém de vendas demande uma combinação diferente de montagem de componentes existentes na estrutura projetada. O arquivo de modelo e seus desenhos teriam que ser abertos e ajustados para tal.

Como vimos, a gestão das configurações ocorre em um ambiente WEB para todos os colaboradores envolvidos no processo de definição de produto.